A Igreja Paroquial de Machico, dedicada a Nossa Senhora da Conceição foi construída segundo uns em 1425, segundo outros em 1499 e deve-se em grande parte a Branca Teixeira, filha do 1º Donatário de Machico, Tristão Vaz.
De entre os vários benfeitores da Igreja Matriz, para além de Branca Teixeira, destaca-se ainda a figura de D. Manuel I, que concedeu as colunas de mármore, que figuram na porta lateral, algumas peças de ourivesaria, um orgão e uma imagem dourada e policromada, representando a Virgem e o Menino, que está, actualmente no Museu de Arte Sacra, no Funchal.
Este templo, no mesmo século XV foi instituído como sede da freguesia.
Tem diversas capelas interiores, nomeadamente a Capela do Santíssimo mandada construir por Branca Teixeira.
A Capela de S. João Baptista teve como fundador o 2º capitão donatário Tristão Vaz Teixeira, conhecido, também, por Tristão das Damas; era destinada a servir de jazigo aos donatários desta capitania. No cimo do arco desta capela, encontram-se as armas dos Teixeiras.
A Capela de são Francisco Xavier foi fundada pelo doutor Manuel Pereira de Castro, antigo vigário de Machico, depois cónego.
A do Espírito Santo foi edificada por financiamento de Sebastião de Morais, o Senhor do Caramanchão, casado com Isabel Cardoso, com a intenção de servir a sua família.
A Capela - Mór, no seu arco manuelino, mostra alguns brasões e esta é a mais importante de todas as capelas.
A Capela do Terço - no exterior - anexa à Igreja, tem entrada independente, construída pelo povo, em 1770, era uma das mais ricas em ouro, pratas e jóias.
A Igreja Paroquial de Machico compreende características de várias épocas, constituindo, assim, poderíamos dizer, uma amálgama de vários estilos.
Alguns arcos românicos figuram nas janelas, com vitrais.
Caracterizando o gótico, denotam-se arcos ogivais tanto interiores como exteriores, abóbadas com nervuras e um arco lavrado em cantaria.
Demarcando os aspectos manuelinos, encontram-se alguns brasões, no interior um medalhão, no tecto da capela do Santíssimo, o arco da Capela - Mór, o de uma capela do lado do evangelho e ornamentos da porta principal.
Os altares, uns mais que outros, de talha dourada, patenteiam o estilo barroco ou jesuítico.
O " Quadro das Almas" merece também referência especial pelo seu grande valor artístico.
Esta pintura encontra-se situada entre os arcos da capela - mór e do Santíssimo Sacramento, no altar conhecido pelo mesmo nome.
De incontestável valor histórico e artístico, avulta a obra em talha dourada, da Ceia do Senhor.
A porta lateral sul constitui uma parte privilegiada da rica obra artística, expressa na Igreja Matriz.
Marcadamente gótica, apresenta arquivoltas ogivais, colunelos e capitéis, desportivos de ornamentação. No tímpano do frontão abre-se um óculo sobre uma dupla arcaria ogival, assente em três colunas do belo mármore, com capitéis ornados - oferecidos por D. Manuel.
Esta Igreja, no decurso dos séculos, sofreu grandes alterações tanto interior como exteriormente, devido as aluviões.
Nos anos de 1683 e 1713, realizaram-se notáveis reparações. Foram em especial, para a Capela - Mór, depois do ano de 1698.
O Campanário foi demolido por ameaçar a iminente ruína, no ano de 1844, tendo sido reconstruído em 1853. A actual torre foi construída em 1853. Mais recentemente foi colocado um campanário, nada condizendo com o traçado da mesma. Esta Igreja Matriz, inicialmente como sede da capitania e, hoje, do concelho, é considerada um dos importantes Monumentos Nacionais.
Construída no Sec. XV, é apontada como das primeiras capelas edificadas em terras de Tristão Vaz e de João Gonçalves Zarco.
Foi de facto após o desembarque de Tristão Vaz que se mandou levantar a capela do Senhor dos Milagres.
Primeiramente se chamou Capela de Cristo, porque os Descobrimentos se faziam sob o patrocínio espiritual e material da Ordem de Cristo. Depois veio a chamar-se Capela da Misericórdia ou da Visitação por ter pertencido à instituição das Misericórdias, com sede naquele local.
Finalmente ficou a chamar-se a Capela do Senhor dos Milagres, nome que ainda hoje se conserva, em virtude de após a aluvião de 1803 que bastante destruiu a Capela, o Crucifixo perdido nas águas do mar foi encontrado como por milagre por uma galera americana que a trouxe de retorno e hoje encontra-se na Capela.
Em comemoração deste acontecimento realiza-se todos os anos uma festa religiosa e uma tradicional e concorrida procissão por iniciativa e participação dos pescadores, considerada das mais típicas desta Ilha.
A construção desta capela, tem origem numa peste regional em 1488 - 89.
Junto à capela, ainda podemos ver ruínas de um edifício que servia, em tempos, para pernoita dos romeiros que ali chegavam de todas as partes da Ilha.
Esta ermida apresenta aspectos artísticos, de significativa importância.
No exterior, sobre a porta principal, com arco redondo, cortado tem a Cruz de Cristo, trabalhada em cantaria, no alto, sobre uma janela circular também em cantaria.
Interiormente, as paredes são ornadas com azulejos do Séc XVIII, representando os principais episódios da vida do Santo.
Entre arabescos, pintados no tecto, sobressai um escudo onde assentam três flores de lis, em campo azul, tendo a seguinte legenda:
«Eris in Peste Patronus»
Podemos ainda identificar o estilo barroco jesuíta nomeadamente na talha dourada no altar e na fachada principal.
Sendo o seu primeiro capitão Francisco Dias Franco tomou a seu cargo a financiamento da construção do dito forte.
Esta fortificação, situada na Vila de Machico, junto ao «Passeio de Baixo» serviu para resistir às Tropas Miguelistas que pretendiam derrubar o regime liberal na Madeira.
Foi, o último posto a render-se à armada absolutista, o que revela a índole combativa do povo de Machico pela liberdade e justiça.
Pelo alto significado histórico, que concentra nas suas pedras, o Forte de Nossa Senhora do Amparo está classificado como Monumento Nacional.
Foi também conhecido pelo nome de Forte do Ancoradouro e do Desembarcadouro, por ficar perto do lugar onde desembarcaram os descobridores.
Foi construído no alto de uma rocha, a leste da baía de Machico, em 1708.
Fica numa posição estratégica e por isso fez fogo sobre o brigue da esquadra miguelista «Infante D. Sebastião», em 22 de Agosto de 1828, mas danificou-o apenas ligeiramente.
Como o forte de Nossa Senhora do Amparo, o que motivou a sua construção, foi a defesa da população aos ataques dos piratas.
Francisco Álvares de Nóbrega
"Camões Pequeno" (1772 - 1806)
A sua panorâmica é surpreendente. Quando lá chegamos, ficamos com a impressão de estarmos a sobrevoar Machico. O vale fica-nos aos pés e para leste, descortinamos a caprichosa Ponta de São Lourenço, extremo leste da Ilha.
Na fralda de dois íngremes rochedos,
que levantam aos Céus fronte orgulhosa,
existe de Machim a Vila idosa
povoada de escassos arvoredos.
Pelo meio, alisando alvos penedos,
desce extensa ribeira preguiçosa,
porém, tão crespa na estação chuvosa
que aos íncolas infunde respeito e medo.
Ás margens dela em hora atenuada,
vi a primeira luz do sol sereno,
em pobre sim, mas paternal morada.
Aos trabalhos me afis desde pequeno.
O abrigo deixei da Pátria amada
e vim ser feliz noutro terreno.
Mais informações em: pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Matriz_de_Machico